segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Comentando sobre amigos, queixos e outras coisas mais.

Uma amiga minha disse que vai “colocar um queixo novo” na sexta-feira. Foi a primeira vez que ouvi essa expressão, colocar um queixo, e confesso que estranhei um pouco. Estávamos almoçando ontem e ela emendou que, aos 40 anos, espera não ter mais quase nada de natural no corpo. Estranhei mais ainda. Essa minha amiga é super tranqüila, sabe? Ela não me parece o tipo de pessoa que passa a vida numa mesa de cirurgia. Talvez se ela fosse a médica, mas não a pessoa deitada na mesa! Enfim. Daí eu disse:

Eu: gente, como assim, espera não ter quase mais nada de natural? O queixo é só o começo, é isso? Desculpe o trocadilho, mas estou de queixo caído. Hahaha!
Ela (séria): na verdade, faz anos que comecei um projeto de intervenções artificiais no meu corpo.
Eu: !!!
Ela: pra que ficar natural, me diga? Hoje em dia, é tão fácil mudar!

Daí, calmamente, pedi que ela listasse o que já mudou, porque eu nunca tinha reparado. É aí que entra o problema. Porque, ouvindo a lista dela, percebi que estávamos usando a palavra “natural” de um jeito muito diferente.

Item 1 da lista dela: queixo. Na sexta-feira. Ok.
Item 2: peito. Ela já mudou, e eu nem sabia. Ok também: definitivamente, é uma cirurgia.
Item 3: sobrancelha.

Eu: sobrancelha???
Ela: é, eu pinço a minha.
Eu: ah, mas pinçar, todo mundo pinça. Dã.
Ela: mas é natural? Não. Ou sua pinça é feita de flores? Mesmo que fosse: ela ALTERA a natureza da sua sobrancelha.

E ela continuou: cera para depilação (“Os pêlos, sim, são naturais”, ela disse). Escova progressiva no cabelo. Xampus e condicionadores e máscaras de tratamento mil. Clareamento nos dentes e, segundo a linha de raciocínio dela, até a própria pasta de dente, não? E por aí foi.

Aprendi esta semana, mais uma vez, que é importante definir bem o que você entende por determinadas palavras antes de usá-las.

E que meu corpo é menos natural do que eu pensava, claro.

P.S.: muito obrigado aos que ficaram felizes com minha volta!

Beijo, amanhã tem mais.

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